Veja detalhes da rotina de Mauro Cid na prisão; segunda detenção do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro completou um mês

  • 24/04/2024
(Foto: Reprodução)
Prisão preventiva foi determinada por Alexandre de Moraes em 22 de março; conforme ministro, militar descumpriu medidas judiciais e obstruiu Justiça. Cid está em espaço de 4,62m por 4,45m com cama, armário, mesa, cadeira, TV e frigobar. Cid deixa o STF após depor sobre áudios vazados Preso pela segunda vez em menos de um ano, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpre a medida em uma sala de 4,62m por 4,45m com cama, armário, mesa, cadeira, TV e frigobar. Mauro Cid está no Batalhão do Exército, em Brasília (veja mais detalhes abaixo). Ele foi preso pela primeira vez em maio de 2023, na operação que investiga a falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e assessores. Em setembro, após quase seis meses detido, ele fechou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, e deixou a prisão. Mas em 22 de março Cid foi preso preventivamente por descumprir medidas cautelares e por obstrução da Justiça. O ministro do STF Alexandre de Moraes expediu a ordem depois que o tenente-coronel atacou a Corte e a Polícia Federal (relembre ao final da reportagem). Nesta terça (23), a defesa do tenente-coronel Mauro Cid pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberdade provisória do militar. A rotina de Mauro Cid na prisão Tenente Coronel Mauro Cid durante depoimento na CPI, em imagem de arquivo TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO De acordo com o Comando Militar do Planalto, a sala onde Mauro Cid está tem janelas com grades, onde ele fica sozinho. Veja mais detalhes da rotina do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, conforme o Exército: Refeições Quatro refeições diárias no interior da cela: café da manhã, almoço, jantar e ceia. Banho de sol Diariamente estão previstas duas horas de banho de sol sob vigilância, na área interna da Organização Militar, preferencialmente no período matutino. Visitas As visitas dos familiares e advogados ocorrem fora da sala, "em um local destinado para essa finalidade", segundo o Comando Militar do Planalto. Elas acontecem após agendamento prévio, às terças-feiras, quintas-feiras e domingos, preferencialmente no período vespertino, seguindo o critério de visitas autorizadas pelo STF. Os encontros têm um tempo determinado, mas o Exército não disse quanto tempo. Os visitantes podem levar comida, livros e itens pessoais para o preso "conforme as normas vigentes". Perguntado sobre quantas visitas o tenente-coronel recebeu desde que foi preso pela segunda vez, o Comando Militar do Planalto disse que não poderia responder. A primeira prisão de Mauro Cid O ex-ajudante de ordens foi preso pela primeira vez em maio de 2023, na operação que investiga falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e assessores. Em setembro, após seis meses detido, Cid fechou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes e foi solto em seguida. No processo de delação, ele prestou uma série de depoimentos que auxiliaram a PF em apurações contra o ex-presidente, como a investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado articulada após as eleições de 2022, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quando liberou Cid da prisão, Moraes determinou uma série de medidas que deveriam ser cumpridas pelo militar, como: Proibição de deixar Brasília e o país, com a obrigação de entregar os passaportes Recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana com uso de tornozeleira eletrônica Suspensão imediata de quaisquer documentos de porte de arma de fogo Proibição de utilização de redes sociais Proibição de contato com os demais investigados, com exceção de esposa e pai Cid foi indiciado junto de Bolsonaro e outras 15 pessoas pela falsificação de cartões de vacina. A PF imputou ao militar os crimes de: Associação criminosa Uso de documento falso Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações Falsidade ideológica de documento público A segunda prisão de Mauro Cid O tenente-coronel Mauro Cid voltou a ser preso no dia 22 de março. A ordem de prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A Corte informou que o ex-ajudante de Bolsonaro foi preso por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de Justiça. O Supremo não detalhou quais medidas cautelares foram descumpridas. Cid foi preso depois do vazamento de áudios em que ele afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos. Nas gravações, o militar também faz críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. As gravações foram divulgadas pela revista "Veja" de 21 de março. VALDO CRUZ: Três motivos levaram à prisão de Mauro Cid NATUZA NERY: Mauro Cid desmaiou ao ser preso novamente Antes de ser preso pela segunda vez, Cid foi ouvido por cerca de 30 minutos, no STF, por um juiz auxiliar de Moraes, sobre o conteúdo dos áudios revelados pela revista. No depoimento, ele não contou com quem estava conversando nas gravações que foram divulgadas pela "Veja". Segundo o STF, após prestar depoimento ao auxiliar de Moraes, Cid foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, onde fez um exame de corpo de delito. Na sequência, foi levado para o Batalhão de Polícia do Exército, local onde está preso. Como é oficial do Exército, Cid tem a prerrogativa de ser preso em um estabelecimento militar. Além da prisão do tenente-coronel, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do ex-ajudante de ordens. Um celular dele e outro da esposa de Cid foram apreendidos. Os áudios Nas gravações divulgadas pela "Veja", Cid acusa Moraes, que homologou a delação dele, e agentes da PF de estarem com a "narrativa pronta" – ou seja, de irregularidades ao longo do acordo de colaboração. Segundo Cid, os investigadores "não queriam saber a verdade" nas vezes em que ele prestou depoimento à Polícia Federal. O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou ao blog da Camila Bomfim que os áudios revelam um "desabafo", já que Cid vive um momento de angústia "pessoal, familiar e profissional". "Mauro César Babosa Cid em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador, aliás, seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios", afirmou o advogado. Após a revelação dos áudios, a Polícia Federal acionou o STF. A corporação quer explicações de Mauro Cid sobre as gravações e diz que foi "levianamente" acusada.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/04/24/veja-detalhes-da-rotina-de-mauro-cid-na-prisao-segunda-detencao-do-ex-ajudante-de-ordens-de-bolsonaro-completou-um-mes.ghtml


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